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Histeria: O que é? Causas, sintomas e tratamento por meio da Psicanálise

histeria - psicanálise

A histeria é um fenômeno complexo que tem intrigado médicos, psicólogos e estudiosos por séculos. Historicamente, foi descrita como um transtorno psicossomático caracterizado por sintomas físicos sem uma causa orgânica aparente. No entanto, ao longo do tempo e com o avanço da compreensão da psicanálise, a histeria passou a ser entendida como uma manifestação de conflitos emocionais profundos. 

Neste texto, exploraremos o que é a histeria, suas possíveis causas, sintomas característicos e como o tratamento com a psicanálise pode auxiliar na sua superação.

O que é histeria?

A histeria é um termo que tem suas raízes na antiguidade e era utilizado para descrever uma variedade de sintomas físicos inexplicáveis. A palavra “histeria” tem origem na palavra grega “hystera”, que significa útero. Na Grécia antiga, acreditava-se que os sintomas associados à histeria eram causados por deslocamentos do útero no corpo feminino. Essa concepção influenciou a compreensão da histeria ao longo da história, contribuindo para a associação do transtorno principalmente com mulheres.

No entanto, no final do século XIX e início do século XX, com os avanços da psicologia e da psicanálise, a compreensão da histeria começou a mudar. Sigmund Freud, um dos pioneiros da psicanálise, desempenhou um papel fundamental na reformulação do conceito de histeria. Ele argumentou que os sintomas físicos da histeria eram expressões simbólicas de conflitos emocionais reprimidos, em vez de manifestações de problemas orgânicos.

Assim, a histeria passou a ser vista como um transtorno psicossomático, ou seja, uma condição em que os fatores psicológicos desempenham um papel importante na origem e na manutenção dos sintomas físicos.

Quais são as causas de histeria?

As causas da histeria são multifacetadas e podem variar de pessoa para pessoa. No entanto, existem alguns fatores que podem contribuir para o desenvolvimento desse transtorno:

  • Traumas e conflitos emocionais: Eventos traumáticos, abuso emocional, físico ou sexual, e experiências de vida estressantes podem desencadear o desenvolvimento de histeria. Esses eventos podem levar a uma incapacidade de lidar adequadamente com emoções intensas, resultando em sintomas físicos.
  • Modelagem social: O comportamento de pessoas próximas, como membros da família ou amigos, pode influenciar o desenvolvimento da histeria. Por exemplo, se alguém cresce em um ambiente onde a expressão emocional é desencorajada ou reprimida, essa pessoa pode desenvolver dificuldades em lidar com suas próprias emoções, o que pode contribuir para o desenvolvimento de sintomas de histeria.
  • Fatores psicológicos: Alguns traços de personalidade, como tendência à impulsividade, dificuldade em expressar emoções ou problemas de autoestima, podem aumentar a vulnerabilidade de uma pessoa à histeria.
  • Genética: Embora a histeria não seja estritamente hereditária, pode haver uma predisposição genética para certos traços de personalidade ou vulnerabilidades emocionais que contribuem para o desenvolvimento do transtorno.

É importante ressaltar que a histeria não é causada por fraqueza moral ou falta de força de vontade. Trata-se de um transtorno complexo que envolve uma interação complexa entre fatores biológicos, psicológicos e ambientais.

Conheça os principais sintomas desse transtorno

Os sintomas da histeria podem variar amplamente de uma pessoa para outra e podem se manifestar de várias maneiras. Alguns dos sintomas mais comuns incluem:

  • Sintomas físicos inexplicáveis: As pessoas com histeria muitas vezes experimentam sintomas físicos sem uma causa orgânica aparente, como dores de cabeça, tonturas, problemas gastrointestinais, paralisia temporária ou convulsões.
  • Sintomas sensoriais: Além dos sintomas físicos, a histeria também pode se manifestar por meio de sintomas sensoriais, como visão turva, sensação de formigamento ou dormência, ou perda temporária da audição.
  • Sintomas dissociativos: A histeria pode levar a episódios de dissociação, nos quais a pessoa se sente desconectada de si mesma ou da realidade ao seu redor. Isso pode incluir sensações de irrealidade, amnésia ou sentimentos de despersonalização.
  • Sintomas emocionais: Além dos sintomas físicos, a histeria também pode estar associada a uma ampla gama de sintomas emocionais, como ansiedade, depressão, raiva incontrolável, ou oscilações de humor.

É importante ressaltar que os sintomas da histeria são reais para a pessoa que os experimenta, mesmo que não haja uma causa orgânica identificável. Esses sintomas podem causar sofrimento significativo e interferir na vida diária da pessoa afetada.

Como o tratamento com a psicanálise pode auxiliar?

O tratamento da histeria com a psicanálise envolve uma abordagem holística que visa explorar e compreender os conflitos emocionais subjacentes que contribuem para os sintomas da pessoa. 

Algumas das técnicas e abordagens comuns utilizadas na psicanálise para tratar a histeria incluem:

  • Psicanálise tradicional: Neste tipo de tratamento, o paciente se deita em um sofá enquanto o terapeuta faz perguntas abertas e encoraja a livre associação de pensamentos e sentimentos. O objetivo é explorar o inconsciente do paciente em busca de insights sobre os conflitos emocionais que podem estar contribuindo para os sintomas da histeria.
  • Interpretação dos sonhos: Os sonhos são uma parte importante da psicanálise e podem fornecer insights valiosos sobre os desejos, medos e conflitos inconscientes de uma pessoa. O terapeuta pode ajudar o paciente a explorar o significado simbólico de seus sonhos e como eles podem estar relacionados aos seus sintomas de histeria.
  • Análise da transferência: A transferência é um fenômeno em que o paciente projeta sentimentos e emoções não resolvidos em relação a pessoas significativas em sua vida passada ou presente no terapeuta. O terapeuta pode usar a transferência como uma ferramenta terapêutica para ajudar o paciente a explorar e entender melhor seus relacionamentos e padrões de comportamento.
  • Construção de um vínculo terapêutico: Um dos aspectos mais importantes do tratamento psicanalítico é o estabelecimento de um vínculo de confiança e segurança entre o paciente e o terapeuta. Isso cria um espaço seguro onde o paciente se sente confortável para explorar seus pensamentos, sentimentos e experiências mais profundas.

Ao longo do tratamento psicanalítico, o paciente é encorajado a explorar seus pensamentos, sentimentos e memórias de uma maneira que promova a autoconsciência e o autoconhecimento. Ao entender melhor os conflitos emocionais que estão contribuindo para seus sintomas de histeria, o paciente pode começar a encontrar maneiras mais saudáveis de lidar com suas emoções e superar seus sintomas.

A histeria é um transtorno psicossomático complexo que pode ter um impacto significativo na vida da pessoa afetada. Embora os sintomas da histeria possam ser desconcertantes e debilitantes, é importante lembrar que esse transtorno é tratável e que existem opções eficazes de tratamento disponíveis.

A psicanálise oferece uma abordagem abrangente e holística para o tratamento da histeria, ajudando os pacientes a explorar e compreender os conflitos emocionais subjacentes que estão contribuindo para seus sintomas. 

Ao fornecer um espaço seguro para explorar seus pensamentos, sentimentos e memórias mais profundas, a psicanálise pode ajudar os pacientes a encontrar maneiras mais saudáveis de lidar com suas emoções e superar seus sintomas de histeria.

Se você ou alguém que você conhece está lutando contra a histeria, é importante buscar ajuda de um profissional de saúde mental qualificado. Com o apoio certo, é possível superar os desafios da histeria e levar uma vida plena e satisfatória.

Para entender mais sobre a psicanálise e a histeria, continue acompanhando os conteúdos do Instituto FD!